quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Wando é velado em cemitério de Belo Horizonte


Músico morreu na manhã desta quarta, por causa de uma parada cardíaca.
Wando estava internado com problemas no coração desde 27 de janeiro.

Pedro Triginelli Do G1 MG

Fã coloca calcinha em caixão de Wando durante velório. Acompanhada pela esposa do cantor, a dona de casa Rosana Oliveira fez homenagem ao ídolo  (Foto: Pedro Triginelli/G1)Fã coloca calcinha em caixão de Wando durante velório. Acompanhada pela esposa do cantor, a dona de casa Rosana Oliveira fez homenagem ao ídolo. Ao fundo, o filho do cantor (Foto: Pedro Triginelli/G1)

O corpo do cantor Wando é velado no Cemitério Bosque da Esperança, no bairro Jaqueline, Região Norte de Belo Horizonte, na tarde desta quarta-feira (8). O velório é aberto ao público. O músico morreu às 8h, em decorrência de uma parada cardiorrespiratória, no Biocor Instituto, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde estava internado desde o dia 27 de janeiro. O enterro está marcado para as 11h desta quinta-feira (9).

Carro funerário leva corpo de Wando para o velório (Foto: Pedro Triginelli/G1)Cadillac 1974 levou corpo de Wando para o velório
(Foto: Pedro Triginelli/G1)

Coroas de flores assinadas pelo governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, pela mulher de Wando, Renata Costa Lana e Souza, e por um estúdio de gravação estão no velório, dentre outras.

O produtor musical Carlos Alberto de Deus, que trabalha há 20 anos com shows do cantor em Minas Gerais, está no cemitério para prestar homenagem ao músico. Segundo o produtor, Wando parecia cansado nas duas últimas vezes em que se encontraram, e o cantor reclamou de problemas no estômago. Carlos Alberto de Deus falou do sucesso de Wando. "Era fora do comum a relação dele com o público. Principalmente com as mulheres", disse.

A aposentada Ângela Mesquita já está no cemitério, na região Norte de Belo Horizonte, para acompanhar o velório do cantor Wando. Ela afirmou que vai ficar no cemitério até o enterro, que está marcado para esta quinta-feira (9), e levou uma lembrança para  (Foto: Pedro Triginelli/G1)A aposentada Ângela Mesquita no cemitério
(Foto: Pedro Triginelli/G1)

A aposentada Ângela Mesquita já está no cemitério, na região Norte de Belo Horizonte, para acompanhar o velório do cantor Wando. Ela afirmou que vai ficar no cemitério até o enterro, que está marcado para esta quinta-feira (9), e levou uma lembrança para se despedir do ídolo. “Trouxe essa calcinha para dar o último adeus”, disse. Ao cantarolar um dos maiores sucessos de Wando, “Fogo e Paixão” a aposentada se emocionou e chorou. O cantor morreu na manhã desta quarta-feira (8), em um hospital da Grande BH

Morte de Wando

Médicos que atenderam o cantor e familiares informaram em nota que, a partir das 5h40, houve um súbito agravamento do quadro de saúde de Wando. Em coletiva no fim da manhã desta quarta-feira (8), o coordenador do Centro de Terapia Intensiva (CTI), Heberth Miotto, explicou que a pressão arterial caiu bruscamente e, às 6h40, o paciente teve uma parada cardíaca. O óbito aconteceu às 8h, na presença da mulher de Wando, Renata Costa Lana e Souza.

Segundo o cardiologista particular do cantor, foram feitas manobras de ressuscitação, mas o paciente não resistiu. Durante a coletiva, Dionísio disse que havia alertado Wando sobre o excesso de peso e a necessidade de ter uma vida mais saudável. "Infelizmente não deu tempo", disse. De acordo com o boletim médico divulgado na terça-feira (7), ele apresentava quadro estável e melhora progressiva, mas a recuperação ainda era considerada de alto risco.

Wando foi hospitalizado com quadro de angina de peito, e exames apontaram que as três artérias coronárias do coração estavam entupidas por placas de gordura. Ele estava com 110 quilos no momento da internação, 30 a mais do que o recomendado para a altura dele, segundo o cardiologista particular. O cantor chegou a ser submetido a duas cirurgias e havia tido um infarto agudo dentro do hospital. Segundo os médicos, ele tinha três fatores de risco para doenças do coração, que são sedentarismo, excesso de peso e predisposição genética.

De feirante a ídolo romântico
Vanderley Alves dos Reis nasceu em 2 de outubro de 1945 – “num arraial chamado Bom Jardim [em Minas Gerais]”. Lá, ficava a fazenda que teria pertencido aos seus avós. Seu registro, no entanto, foi feito na cidade de Cajuri, no mesmo estado. Ele conta que, ainda criança, mudou-se para Juiz de Fora (MG), onde concluiu o antigo primário.

Mais tarde, ele foi para Volta Redonda (RJ), “onde eu entreguei leite nas casas, vendi jornal, virei feirante, dirigi caminhão na estrada”. Na mesma época, passou a se interessar por música, tendo inicialmente se dedicado ao estudo do “violão clássico”. “E aí eu descobri que não era legal o violão clássico para o que eu queria: eu queria tocar pras moças, né?”, afirmou em seu site oficial.

Entre álbuns de estúdio e registros ao vivo, o site de Wando contabiliza 28 trabalhos ao todo. O cantor acreditava ter vendido dez milhões de discos.

Homenagens
Familiares, amigos e fãs chegaram ao hospital Biocor Instituto na manhã assim que souberam da morte do cantor. “Hoje é ele é luz e virou uma estrela com certeza”, disse a fisioterapeuta Michelle Neves, de 31 anos, fazendo referência à música “Fogo e paixão”.

O padre Jeferson Lima, que se apresentou como amigo pessoal de Wando, chegou ao hospital por volta das 10h15 para prestar solidariedade. Ele pediu a todos que façam orações pela família do cantor. “Fica a imagem do pai, do amigo, do irmão e do companheiro. Há poucos dias, eu vi uma reportagem em que ele disse que estava na oficina de Deus e que voltaria, mas ele partiu e está com Deus”, disse o padre. A declaração a que se refere foi dada por meio de bilhete escrito para os fãs neste domingo (5). "Eu estou na oficina de Deus arrumando a turbina. Me aguardem!”, escreveu o cantor.

Artistas que também trabalharam com o ator falaram sobre a importância do músico ao G1. "Acho que ele tem um peso na música brasileira. Foi um artista que fez ótimas músicas, além de também ser um bom músico e intérprete", lamentou o cantor Odair José.

No Rio, o bloco de rua Fogo e Paixão, inspirado no artista, promete homenagear o cantor no domingo (12). O primeiro desfile, no ano passado, contou com mais de mil pessoas fantasiadas de brega. Na hora que a música-tema "Fogo e paixão" foi tocada, mulheres homenageram Wando jogando calcinhas para o alto.

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