A população reivindica a saída das famílias do bairro Piquiá, que sofre contaminação do polo siderúrgico
A rodovia BR-222, que liga São Luís ao sul do estado foi interditada na manhã de ontem (7) por cerca de 3 mil moradores do bairro Piquiá de Baixo, no Km 14,5 da rodovia, em Açailândia (a 566 km da capital maranhense). A população reivindica da prefeitura de Açailândia a saída das famílias do bairro para uma nova área por conta da poluição causada pelo polo siderúrgico de Açailândia, composto por cinco empresas: Fergumar, Gusa Nordeste, Pindaré, Simasa e Viena. O bloqueio da rodovia durou três horas e meia (das 8h30 às 13h). A prefeitura de Açailândia não se manifestou.
Os manifestantes também protestaram contra a decisão do Tribunal de Justiça, que recentemente suspendeu provisoriamente a desapropriação de um terreno longe da atividade da siderurgia, escolhido para habitar as famílias, alegando ter na área 50 cabeças de gado.
'A mineradora Vale é que abastece este polo siderúrgico, que vem levando à morte centenas de pessoas nos últimos tempos com problemas pulmonares', denunciou Willian Pereira de Melo, que mora há 30 anos no local.
Histórico – A história do Piquiá de Baixo, localizado as margens da BR 222, surgido em 1970, começou a mudar com o Grande Projeto dos Carajás, implantado na década de 1980, na construção de um grande pólo siderúrgico instalado de um lado e a Estrada de Ferro de Carajás do outro. Desde então cerca de 350 famílias lutam por uma moradia digna.
Pesquisas realizadas em 55% dos domicílios do Piquiá, pelo Centro de Referências em Doenças Infecciosas e Parasitárias da Universidade Federal do Maranhão, e pelo Núcleo de Estudos em Medicina Tropical da Pré-Amazônia, revelam que 41,1% da população queixam-se de doenças nos pulmões e na pele.
Sintomas como tosse, falta de ar e chiado no peito foram constatados em pessoas de todas as faixas etárias residentes na área, inclusive em menores de 9 anos de idade.
fonte jp
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