O coronel Ivaldo Alves Barbosa só tem até amanhã, sexta-feira (2), para abandonar o movimento de greve da PM do Maranhão, iniciado por ele, e se apresentar em seu local de trabalho, no Batalhão do Calhau. Do contrário amanhecerá o sábado declarado desertor, com seus vencimentos cortados, prisão automática de 60 dias e processo disciplinar cuja pena varia de 4 a 8 anos de prisão.
Os dois primeiros procedimentos de ausência que dão origem aos processos de deserção foram abertos contra Ivaldo, dia 25, sexta-feira passada, e contra o major Antonio Ferreira Brandão, dois dias mais tarde. Brandão cai na situação de desertor na segunda-feira, dia 5 de dezembro.
Coronel Ivaldo Barbosa é um dos lideres da greve dos PMs e bombeiros
O Comando Geral da PM decidiu iniciar os processos de punição pelos militares de alta patente que influenciaram seus subordinados à greve que logo no primeiro dia foi decretada ilegal pela Justiça. A situação de baderna se agravou com a invasão da sede da Assembléia Legislativa do Estado, onde os amotinados se entregaram ao comando de um ex-soldado da PM da Bahia e de um soldado de Roraima, ambos filiados ao PCdoB, partido que tem a liderança no Maranhão de Flávio Dino que, apesar de ex-juiz de direito, publicou nota de apoio a uma greve decretada ilegal.
O outro coronel que trabalhou pelo início da greve, Francisco Melo, não conta tempo para ser considerado desertor porque está em gozo de licença prêmio, mas não escapa do inquérito por indisciplina que poderá lhe custar a perda da patente e a condenação à prisão.
O Comando Geral da PM, Franklin Pacheco, não revelou, mas sabe-se que todos os demais militares que se ausentaram dos serviços para aderirem à greve vão passar pelo mesmo processo, mas é clara a disposição de iniciar os procedimentos legais pelos de mais alta patente que encorajaram praças e cabos a se insubordinarem.
Há casos de punições sumárias, sem o rito da deserção e do longo processo na Justiça Militar. Cadetes (que são os militares ainda em formação na Academia de Polícia) e os praças e soldados que ingressaram entre 2007 e 2010. Estes serão sumariamente eliminados da tropa.
Ontem (30), foi sinalizado um estudo de projeto de abertura imediata de concurso para seleção de novos policiais em quantidade suficiente para a substituição dos que possivelmente serão expulsos agora. O processo de preparação desse novo contingente se valeria das academias de polícia de outros estados que estariam dispostos a ajudar o Maranhão na recomposição da sua PM.
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