POR OSWALDO VIVIANI
O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza –acusado de operar o esquema do “mensalão do PT” – e outras três pessoas, entre elas uma mulher, foram presos na madrugada de hoje (2), na região da Pampulha, em Belo Horizonte. As prisões deram-se em cumprimento de mandado de prisão expedido pela Justiça da Bahia, estado onde o empresário teria se envolvido com grilagem de terras.
Segundo o advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, seu cliente ficou “absolutamente surpreendido” com a prisão.
Marcos Valério foi ‘pego de surpresa’ pela polícia
O advogado afirmou que desconhece o processo sobre suposta grilagem de terras e que a prisão não teve motivo. "Não tivemos acesso à decisão. O mandado não diz o motivo e nem o artigo em que eles estariam enquadrados", criticou. O advogado alegou que os fatos referentes ao caso teriam ocorrido entre 2003 e 2004, e portanto já teriam prescrito.
Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, o mandado de prisão preventiva foi expedido pelo juiz da Comarca de São Desidério, no sul da Bahia.
Além de Marcos Valério, foram detidos três sócios de agências de publicidade envolvidas no esquema do mensalão. São eles: Margareth Freitas e Francisco Castilho (ex-sócios na DNA e SMPB) e Ramon Hollerbach (ex-SMPB). O trio também foi preso em Belo Horizonte.
Os quatro presos fizeram exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte. Ainda hoje serão levados de avião para a Bahia, acompanhados da equipe de policiais baianos que foi até Minas para prendê-los.
De acordo com o promotor da Bahia Carlos André Milton Pereira, a investigação que resultou nas prisões apura crimes que envolvem títulos falsos de terras e grilagem. Ele afirmou que a operação quer acabar com uma indústria de fornecimento desses títulos. De posse deles os usuários do esquema os davam como garantia em dívidas.
Durante a investigação do mensalão, descobriu-se que Valério utilizou esse esquema e adquiriu títulos falsos em cartórios do sul da Bahia. Eles eram a garantia para cobrir dívidas que as agências de publicidade DNA e SMPB tinham com o INSS.
Pereira afirma ainda que cartórios e funcionários públicos estão sendo investigados nessa operação, que conta com cerca de 20 mandados de prisão pela Polícia Civil na Bahia, em Minas Gerais e São Paulo.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o esquema de propinas a parlamentares em troca de apoio político, que ficou conhecido como “mensalão do PT”, teve Marcos Valério como operador e teria sido financiado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) está marcado para 2012. (Com Estadão Online e Folha Online)
Nenhum comentário:
Postar um comentário