Delegado ouviu os participantes Daniel e Monique.
Segundo ele, ambos negaram ter feito sexo durante o reality show.
A Polícia Civil do Rio informou na tarde desta terça-feira (17) que abriu inquérito para apurar um suposto caso de estupro dentro da casa onde acontece o reality show "Big Brother Brasil", da TV Globo.
O modelo paulista Daniel Echaniz, de 31 anos, é suspeito de ter cometido o crime de estupro de vulnerável contra a estudante gaúcha Monique Amin, de 23 anos, na madrugada de domingo (15).
Nesta terça, o delegado Antônio Ricardo Nunes, da 32ª DP (Taquara), foi ao Projac, local onde o programa é realizado, e ouviu separadamente os dois, por cerca de uma hora e meia cada um. Na saída do Projac, ele não deu detalhes do depoimento.
De volta à delegacia, o delegado disse que Monique afirmou que não houve sexo entre ela e Daniel. Segundo o delegado, ambos disseram que as carícias foram consentidas e que, apesar da ingestão de bebidas alcoólicas, estavam conscientes (veja no vídeo abaixo). "Se, no decorrer da investigação, entendermos que houve esse ato sem a consciência dela, vamos dar o seguimento que é normal da investigação", afirmou o delegado.
Nunes informou ainda que Monique não quis fazer exame de corpo de delito e que a polícia fará perícia em objetos que coletou no Projac: calcinha, cueca e roupa de cama. Os resultados da perícia devem sair em 30 dias.
A promotora Cristiane Monnerat, responsável por acompanhar o caso, reafirmou, na tarde desta terça, que só vai falar após a conclusão do inquérito. Entretanto, ela disse que as investigações vão prosseguir mesmo sem a acusação por parte da suposta vítima.
"A ação penal é incondicionada. Para que seja confirmado o estupro tem que se comprovar que ela tinha total e plena incapacidade para oferecer resistência", disse a promotora, ressaltando que ainda não viu as imagens
Entenda o caso
Na madrugada de domingo (15), após uma festa iniciada na noite de sábado, as câmeras do programa registraram Daniel junto com Monique, sob o edredom, em uma cama. Depois que a cena foi ao ar, passou a circular na internet a versão de que Monique sofreu abuso sexual.
Na tarde de segunda, a Polícia Civil anunciou que foi aberto um registro de ocorrência para investigar as circunstâncias de susposto abuso. E o delegado foi ao Projac buscar informações.
Na segunda à noite, a Central Globo de Comunicação (CGCom) informou que Daniel foi eliminado por ter infringido regras do programa, sem especificar quais (leia mais). Às 17h28 desta terça, a CGCom divulgou uma nova nota em que diz: "Assim que surgiu a suspeita, a TV Globo iniciou a apuração dos fatos, que num primeiro momento apontavam para uma cena de carícias semelhante à de outras edições. Após avaliação, a emissora decidiu pelo afastamento de Daniel, até para que ele pudesse prestar esclarecimentos formais à polícia" (leia mais).
Daniel está hospedado em um hotel na Zona Oeste do Rio, segundo declaração de sua mãe, Maria Aparecida Echaniz, para o site EGO, na manhã desta segunda. "Estou nervosa e indignada. Penso que o Daniel está sendo vítima de racismo, porque já houve isso antes e não deu essa repercussão toda", afirmou.
Ministério Público
Na segunda, a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) enviou ofício ao Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro solicitando a tomada de "providências cabíveis" no caso. Segundo a secretaria, o ofício foi elaborado com base em demandas encaminhadas por cidadãs de várias cidades à Ouvidoria da SPM, pedindo providências.
A exclusão de Daniel
O anúncio da saída de Daniel foi feito por meio da nota divulgada pela CGCom às 21h53 de segunda. A nota afirma que Daniel foi excluído "devido a um grave comportamento inadequado" e que houve "rigorosa avaliação da Rede Globo, iniciada no domingo de manhã".
Nenhum comentário:
Postar um comentário