Lula começou na segunda (31) tratamento contra câncer na laringe.
Ele passou um dia no hospital em SP, após 1ª sessão de quimioterapia.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, por volta de 15h35 desta terça-feira (1º). Ele estava internado desde a manhã desta segunda para realização da primeira sessão de quimioterapia para o tratamento de um câncer na laringe, diagnosticado no sábado (29).
Do hospital, Lula seguiu para seu apartamento em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
De acordo com boletim médico, a alta hospitalar foi dada às 14h16 e a primeira sessão de quimioterapia transcorreu "sem intercorrências".
O boletim médico, divulgado pelo hospital, informou que o ex-presidente teve alta às 14h16 e a primeira sessão de quimioterapia não teve "intercorrências". Segundo o hospital, Lula também fou submetido a exames nesta terça-feira. Na nota, a equipe médica explica que foi colocado, esta segunda, um catéter venoso central na altura do peito do ex-presidente.
Na noite de segunda (31), Lula recebeu a visita da presidente Dilma Rousseff. Ela afirmou que, na conversa com Lula, o ex-presidente "poupou a voz". Segundo Dilma, ele está "falando baixo" e não fez comentários sobre a previsão dos médicos de que perderá cabelos e barba durante o processo de quimioterapia - veja no vídeo acima.
Em entrevista coletiva na manhã de segunda, a equipe médica afirmou que o tumor de Lula tem agressividade média. “É o tumor mais comum dessa região, tem agressividade clássica dos tumores dessa região. É considerado um tumor intermediário, que tem um crescimento razoável se não for tratado. (...) O tumor foi detectado em um estágio intermediário. Ele é relativamente inicial, mas não tão inicial que dê para resolver com uma pequena cirurgia, mas ele é localizado, para nós isso é muito importante”, disse Paulo Hoff, oncologista da equipe que trata o ex-presidente Lula.
Ainda segundo a equipe, a decisão por fazer o tratamento sem cirurgia foi tomada por ser a mais adequada. Conforme os médicos, a cirurgia está descartada por enquanto.
“Até 20 anos atrás ele seria tratado com cirurgia. Estudos agora mostram que o resultado da cirurgia e da quimio e radio em termos de cura são exatamente iguais. Além de oferecer as mesmas possibilidades de cura [o tratamento com radio e quimioterapia] tem uma possibilidade enorme de preservar a laringe em sua integridade, com preservação da voz”, explicou o cirurgião Luiz Paulo Kowalski.
Sequelas na voz
Devido ao posicionamento do tumor, caso a opção dos médicos para o tratamento fosse pela cirurgia, seria necessário, por margem de segurança, retirar parte das cordas vocais. “Parte das cordas vocais teria que ser removida como margem de segurança, a cirurgia seria pior do ponto de vista de sequelas", afirmou Kowalski.
De acordo com a equipe médica, porém, mesmo o tratamento com quimioterapia pode causar alterações na voz do ex-presidente, mas de uma maneira sutil. “O tratamento com quimio e radioterapia pode deixar uma pequena alteração de voz. Mas dando tudo certo, e é o que estamos trabalhando para que aconteça, seria uma alteração mínima e não haveria nenhum impacto nas atividades normais do nosso paciente”, explicou o médico Paulo Hoff.
Arena/AE)
Cabelo e barba
O oncologista Paulo Hoff disse que “é um tratamento agressivo, e sim, o paciente terá os efeitos colaterais usuais, incluindo a queda de cabelo.”
Conforme Kalil, ao ser informado de que perderia cabelo e barba, Lula "reagiu normalmente" e disse "tá bom", afirmou o médico. Ainda segundo ele, a mulher de Lula, Dona Marisa, o acompanha 24 horas por dia.
"Ele está bem tranquilo, óbvio que, no primeiro momento, há uma apreensão, um choque. Chegou de excelente humor, do mesmo jeito de sempre, extremamente confiante”, disse Kalil.
De acordo com os médicos, o tipo de câncer que afeta o ex-presidente Lula atinge uma média de seis a sete homens para cada 100 mil no mundo. São Paulo é uma das cidades com maior incidência no mundo – 15 a 16 para cada 100 mil homens – provavelmente devido ao tabagismo e talvez consequência da poluição atmosférica, informaram os médicos.
Paulo Hoff afirmou ainda que "certamente para esse tipo [câncer de Lula] os agentes mais associados são cigarro e quando combinado, cigarro e álcool". "Identificar o que causou em um individuo é mais difícil, mas essas são as causas mais prováveis."
Veja a íntegra da nota divulgada pelo hospital:
"AVISO DE ALTA
01/11/2011- 15h15
O Ex-Presidente da República, Sr. Luiz Inácio Lula da Silva recebeu alta hospitalar no dia de hoje do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, às 14h16.
Ontem (31/10) o Ex-Presidente Lula submeteu-se à colocação de catéter venoso central (Port-a-Cath), em intervenção cirúrgica realizada pelo Dr. Julio Cesar Mariño.
O paciente concluiu a primeira sessão de quimioterapia sem intercorrências e realizou hoje exames de PET/CT e complementares.
A equipe médica que assiste o Ex-Presidente é coordenada pelos Profs. Drs. Roberto Kalil Filho, Paulo Hoff, Artur Katz, Luiz Paulo Kowalski, Claudia Cozer e Rubens de Brito Neto.
Dr. Antonio Carlos Onofre de Lira
Diretor Técnico Hospitalar
Dr. Paulo Cesar Ayroza Galvão
Diretor Clínico"
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