Publicação: 18/10/2011 16:45
João Dias Ferreira, que delatou um suposto esquema de corrupção envolvendo o ministro do Esporte, Orlando Silva |
O líder do DEM na Câmara, ACM Neto (BA), pediu à comissão que ouve o ministro do Esporte, Orlando Silva, que aprove convite para receber o policial militar que fez as denúncias contra o ministro. Neto e outros líderes da oposição se reuniram por mais de uma hora com João Dias Ferreira nesta terça-feira, na liderança do PSDB no Senado. "Eu diria que o depoimento do João Dias é estarrecedor, traz detalhes e informações que não constam da imprensa e demonstra existência de provas materiais inegáveis sobre as denúncias que foram feitas", afirmou Neto. Ferreira acusa o ministro e seu antecessor de cobrar 20% das entidades contempladas no programa. O esquema, segundo os denunciantes, teria desviado R$ 40 milhões ao longo de oito anos. O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), foi vaiado ao dizer que o policial militar teme por sua integridade física.
Mais cedo, Ferreira pediu adiamento do depoimento que daria à Polícia Federal nesta terça-feira. Segundo a PF, Ferreira alegou problemas de saúde para justificar sua ausência. O depoimento será remarcado, mas ainda não tem data para ocorrer.
O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), ironizou a ausência de Dias Ferreira na PF.
"A PF mandou chamar o delator para depoimento, mas ele declarou que não podia ir porque estava doente. Se tivesse comparecido, teria feito um gol de placa", afirmou.
ENTENDA O CASO
Dois integrantes de um suposto esquema de desvio de recursos do Ministério do Esporte acusam Silva de participação direta nas fraudes, segundo reportagem publicada pela revista "Veja".
O soldado da Polícia Militar do Distrito Federal João Dias Ferreira e seu funcionário Célio Soares Pereira disseram à revista que o ministro recebeu parte do dinheiro desviado pessoalmente na garagem do ministério.
Localizado pela Folha, Pereira confirmou a acusação contra o ministro. Após pedido de Orlando Silva, o procurador-geral da República disse que vai investigar o caso.
O ministro disse ainda que as acusações podem ser uma reação ao pedido que fez para que o TCU (Tribunal de Contas da União) investigue os convênios do ministério com a ONG que pertence ao policial autor das denúncias.
Em nota, o Ministério do Esporte disse que João Dias firmou dois convênios com a pasta, em 2005 e 2006, que não foram executados. O ministério pede a devolução de R$ 3,16 milhões dos convênios.
De acordo com o ministro, desde que o TCU foi acionado, integrantes de sua equipe vêm recebendo ameaças.
Nenhum comentário:
Postar um comentário