segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Caranguejo está sendo vendido em Parnaíba a R$ 7,00 a corda

Cerca de 140 mil caranguejos são extraídos do Delta do Rio Parnaíba, por semana, metade

A corda do caranguejo-uçá (amarrado com quatro) está sendo vendida na Avenida Pinheiro Machado, em Parnaíba, a R$ 7,00. Segundo um dos vendedores, identificado apenhas pela alcunha de Dezim, o motivo do preço estar alto é a escassez, todo o estoque é vendido para Fortaleza.

Grande parte do caranguejo-uçá (Ucides cordatus), que é o maior crustáceo encontrado nos manguezais brasileiros, encontrado em abundância na região do Delta do Parnaíba é comercializada em outros centros maiores, como Teresina e Fortaleza deixando para o município de Parnaíba apenas os caranguejos descartados pelos grandes compradores.

O Ministério da Pesca e Aquicultura ainda não normatizou o transporte dos crustáceos fazendo com que seja grande a mortalidade durante o traslado que é feito de forma rudimentar, contribuindo de forma criminosa com a degradação ambiental do ecossistema manguezal, constantemente agredido de várias formas.

Atualmente a população de catadores de caranguejo nesta região é estimada em 4.500 homens. O povoado de Carnaubeiras no município de Araioses no estado do Maranhão é o principal produtor do Delta, ali cerca de 100 famílias sobrevivem desta atividade.

Cerca de 140 mil caranguejos são extraídos do Delta do Rio Parnaíba, por semana, metade, ou seja, 50% não chegam vivos ao seu destino final, o consumidor. É um absurdo essa perda. Existe um estudo técnico-científico da EMBRAPA Meio Norte e uma minuta da Instrução Normativa que disciplina o transporte do caranguejo reduzindo a mortalidade precoce para 3%, falta publicá-la e fazer valer a legislação.

A Embrapa Meio-Norte, desde o início de 2002, vem priorizando a pesquisa aplicada à pesca e aquicultura na região Nordeste, através de sua Unidade de Execução de Pesquisa, em Parnaíba. O Núcleo Integrado de Pesquisa em Aquicultura e Meio Ambiente da UEP-Parnaíba vem promovendo ações articuladas com diversos parceiros, incluindo Instituições de Pesquisas e Desenvolvimento, Ensino e Extensão, IBAMA, SEBRAE, Banco do Nordeste, Prefeituras Municipais e Instituições de Fomento. Dentre dessas ações, em 2004 deu início ao Projeto de Sustentabilidade do Extrativismo do caranguejo-uçá no Estado do Piauí, destinado a encontrar formas de reduzir a mortalidade do animal durante o processo de transporte.

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