Governador José Ivo Sartori discursou no Palácio Piratini |
Em pronunciamento nesta segunda-feira (31) no Palácio Piratini, o governador do Rio Grande do Sul José Ivo Sartori confirmou o parcelamento dos salários dos servidores estaduais pela segunda vez. Na ocasião, foi detalhado o calendário de pagamento da folha do mês de agosto, que será dividido em quatro parcelas. A medida é válida para todos os funcionários vinculados ao Poder Executivo.
Não é uma questão de vontade pessoal, mas é o que impõe a grave situação financeira"
Governador José Ivo Sartori
Uma segunda parcela de R$ 800 será depositada até o próximo dia 11 de setembro. Já no dia 15 está programado o crédito de R$ 1.400. A parcela complementar para quem ganha acima de R$ 2.800 será creditada até o dia 22. No sábado (29), os extratos dos servidores públicos indicavam que haveria parcelamento e qual seria o valor depositado.
Ao fazer o anúncio, Sartori embargou a voz e disse que respeita as manifestações de indignação dos servidores diante da medida. “Aos servidores e as suas famílias, em primeiro lugar, o meu respeito pessoal. A despeito de tudo, têm o meu respeito. Sei a consequência desse problema e, mas todos nós estamos do mesmo lado, precisando enfrentar o mesmo inimigo”, discursou o governador.
Com a confirmação do fatiamento dos contracheques, trabalhadores do estado iniciaram a greve de quatro dias. As áreas da segurança e da educação devem ser as mais impactadas.
"Podem, evidentemente, fazer seu protesto, reclamar, reivindicar, mas vamos lembrar que acima de todos nós está o bem comum. E o bem comum é do Rio Grande do Sul e de toda a sociedade gaúcha", afirmou Sartori.
Ainda em seu discurso, o peemedebista voltou a dizer que o ato é necessário e que todos os servidores do Executivo são atingidos - inclusive ele próprio. "Como disse em outra ocasião, não é uma questão de vontade pessoal, mas é o que impõe a grave situação financeira do estado do Rio Grande do Sul. O parcelamento atinge a todos. Inclusive o salário do governador, o salário do vice, de todos", sustentou.
Sartori reforçou ainda que em 44 anos, o estado gastou mais do que arrecadou, mas que a crise se agravou nos últimos quatro anos - mandato exercido por Tarso Genro (PT). "Nos últimos quatro anos o quadro se agravou bastante, mas o Rio Grande chegou a essa situação depois de um longo processo histórico. Tanto é verdade que dos últimos 44 anos, em 37 anos o estado gastou mais do que arrecadou", salientou. "Não sou daqueles que olham para trás. Nós temos que olhar para frente de pé. Construir o futuro e mudar definitivamente o poder público estadual", analisou.
Sartori classificou a situação do Rio Grande do Sul como "de calamidade" e listou as medidas adotadas na tentativa de equilibrar as finanças. "Chegou a hora da verdade para o Rio Grande do Sul no campo financeiro. Por isso muitas vezes tenho dito, tenho afirmado, a situação financeira é emergencial. Nós poderíamos chamá-la quase que de calamidade", avaliou.
"Nós fizemos de tudo. Reduzimos 10 secretarias, reduzimos os CCs, reduzimos o orçamento, revisamos contratos, freamos a cedência de funcionários, tivemos mais de 40 iniciativas, entre decretos, projetos de leis, emendas constitucionais e medidas administrativas que estão em apreciação na Assembleia Legislativa, algumas já aprovadas", falou, sobre o pacote de ajuste fiscal proposto pelo governo do estado ao Parlamento.
Por fim, o governador se desculpou com quem possa ter "mal interpretado" sua atitude. "Também gostaria de pedir desculpa se eventualmente algum gesto meu foi mal compreendido. Mas não foi a minha intenção praticar algum gesto que fosse inadequado", apontou.
Sartori pediu ainda que a situação não abale a realização da Expointer, feira internacional de agronegócio que acontece no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Calendário de pagamento:
- Dia 31/8 (segunda-feira): Parcela líquida de R$ 600
- Até o dia 11/9 (sexta-feira): Parcela líquida de R$ 800 (R$ 1.400: 32% dos vínculos)
- Até o dia 15/9 (terça-feira): Parcela líquida de R$ 1.400 (R$ 2.800: 67% dos vínculos)
- Até o dia 22/9 (terça-feira): Parcela complementar (100% dos servidores do Poder Executivo – ativos, inativos, pensões previdenciárias e pensões alimentícias).
G1
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