quinta-feira, 15 de setembro de 2011

novo ministro diz ser capaz e nega influência da família Sarney


Laryssa Borges
Direto de Brasília

O novo ministro do Turismo, Gastão Vieira (PMDB-MA), afirmou nesta quinta-feira ter "imensa capacidade" de ouvir os técnicos que irão compor sua gestão à frente da pasta herdada de Pedro Novais. Ao participar do Fórum Nacional do PMDB, em Brasília, Vieira negou que sua ligação com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o desqualificasse para o novo posto e disse que a família do cacique maranhense não impõe a ele como conduzir na vida política.

"Absolutamente não (desqualifica). Sou ligado à família há muito tempo, mas a família nunca impôs que eu fizesse nada", disse o ministro.

Gastão Vieira, que havia afirmado em sua primeira entrevista não ser "genérico" e rebatido não ter qualquer qualificação para o novo cargo, voltou a declarar nesta quinta que não pode ser classificado como despreparado. "Eu não sou aquilo que serve para qualquer doença. Eu tenho imensa capacidade de ouvir a equipe técnica", observou.

A crise no Turismo
Pedro Novais (PMDB) entregou o cargo de ministro do Turismo no dia 14 de setembro, depois de sua situação política ter se deteriorado por suspeitas de que ele teria usado recursos públicos para o pagamento de uma governanta e de um motorista para a família. A denúncia não foi a primeira e tornou a permanência de Novais insustentável, apesar do apoio do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Ele foi o quinto ministro a deixar o posto no governo Dilma Rousseff.

A crise no Turismo começou com a deflagração da Operação Voucher, da Polícia Federal (PF), que prendeu, no início de agosto, 36 suspeitos de envolvimento no desvio de recursos de um convênio firmado entre a pasta e uma ONG sediada no Amapá. Entre os presos estavam o secretário-executivo do ministério, Frederico Silva da Costa, o secretário nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo, Colbert Martins da Silva Filho, e um ex-presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur). Dias depois, o jornal Correio Braziliense publicou reportagem que afirmava que Novais teria sido alertado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as irregularidades do ministério 47 dias antes da operação da PF, sem tomar qualquer medida. Novais negou que tivesse recebido o aviso.

No dia 20 de agosto, a Folha de S.Paulo afirmou que uma emenda ao Orçamento da União feita por Novais em 2010, quando ainda era deputado federal, liberou R$ 1 milhão do Ministério do Turismo a uma empreiteira fantasma. O jornal voltou à carga em setembro, denunciando que o ministro teria usado dinheiro público para pagar a governanta de seu apartamento em Brasília de 2003 a 2010, quando ele era deputado federal pelo Maranhão. Em outro caso, o ministro utilizaria irregularmente um funcionário da Câmara dos Deputados como motorista particular de sua mulher, Maria Helena de Melo.
(Terra)

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