O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Ophir Cavalcante, defendeu ontem a renúncia imediata do senador Demóstenes Torres (DEM-GO). “É uma medida extrema, pessoal, mas o teor das conversas telefônicas mantidas com o empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, divulgadas pela imprensa, evidenciam uma situação mortal para qualquer político”, afirmou o advogado.
Ele afirma que isso não o impedirá de exercer seu direito de defesa. “No entanto, a gravidade das denúncias por si só recomendam uma atitude moral. Continuar no cargo significa expor-se cada vez mais e ao seu partido. Mais ainda: expor o Congresso Nacional a mais um desgaste, no momento em que precisamos resgatar a credibilidade do parlamento para garantir o processo democrático”.
O presidente da OAB do Rio de Janeiro, Wadih Damous, também pediu a renúncia do senador. “O senador Demóstenes, mais do que qualquer outro, já deveria ter renunciado”.
Uma das mais importantes vozes da oposição no Congresso, o senador teve nos últimos dias revelados diálogos telefônicos que mostram proximidade com Carlinhos Cachoeira.
O empresário foi preso no dia 29 de fevereiro durante a Operação Monte Carlo, que investiga uma quadrilha que explorava jogos caça-níqueis em Goiás. A cúpula do DEM inclusive vai pedir a ele que deixe o partido antes da abertura de um processo de expulsão.
Gravações mostram que o senador acertou com o empresário ajuda em processo judicial e em projeto de legalização de jogos de azar em tramitação no Congresso. Nos grampos, Demóstenes também fala com Cachoeira de negócios com a Infraero na época que ele era relator da CPI do Apagão Aéreo. Em uma conversa, ele foi inclusive chamado de “doutor” pelo o empresário, que se refere a ele como “professor”
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