quarta-feira, 18 de maio de 2011

Por 266 votos contra 72, Câmara rejeita convocação de Palocci





O governo conseguiu derrubar no plenário da Câmara dois requerimentos para que o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, dê explicações sobre a notícia de que multiplicou seu patrimônio por 20 em um período de quatro anos. Na apreciação do primeiro pedido, apresentado pelo líder do DEM, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), o placar foi de 266 votos contrários, 72 a favor e 8 abstenções. Já a derrota do segundo pedido, feito pelo líder do PSDB, Duarte Nogueira (SP), veio em votação simbólica.Após impedir que requerimentos fossem apreciados nas comissões, governo derrubou pedido no plenário; votação teve 8 abstenções


Foto: AE Ampliar
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O caso foi parar no plenário após o líder do governo na Casa, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), anunciar a abertura da sessão nesta manhã, impedindo assim que as comissões apreciassem individualmente pedidos de convocação do ministro.

Um requerimento seria votado pela Comissão de Fiscalização e Controle. A Comissão da Agricultura, presidida pelo DEM, também tentou abrir a sessão e votar a convocação de Palocci, mas foi impedida porque já tinha começado a Ordem no Dia no plenário. "O governo quer colocar uma mordaça na oposição", queixou-se ACM Neto. "Fez ato autoritário e cancelou todas as comissões. O governo quer esconder o Palocci", afirmou.

O deputado Pepe Vargas (PT-RS) criticou a intenção da oposição de tentar obstruir os trabalhos. Segundo ele, a convocação do ministro é descabida, uma vez que a Comissão de Ética Pública da Presidência da República já se manifestou sobre o assunto. "O ministro Palocci não quer esconder nada. O aumento de patrimônio está colocado em sua declaração de renda", afirmou.

Tensão

As tensões em função dos requerimentos ficou evidente quando, no fim da manhã, quando a segurança da Casa contestou a colocação de cartazes com a inscrição "Blindagem de Palocci" nas comissões temáticas pelo líder do PPS, Rubens Bueno (PR). "A Polícia Legislativa não pode se tornar tropa de choque do governo. Não pode desrespeitar o direito de livre manifestação", protestou Bueno no plenário. Ele afirmou que pretende representar contra a Polícia Legislativa na Mesa da Câmara.

Já o deputado Jutahy Júnior (PSDB-BA) criticou a explicação enviada ontem por Palocci a parlamentares. Diante da repercussão envolvendo sua evolução patrimonial e a atuação de uma empresa de sua consultoria, o ministro enviou e-mail a senadores citando nomes de ex-ministros e ex-presidentes do Banco Central para dizer que a passagem por um ministério é um elemento de valorização no mercado.

Entraram na lista figuras como Pedro Malan, Armínio Fraga e Henrique Meirelles. "Os nomes citados por ele estão em atividades privadas de forma pública, em escritórios definidos e de conhecimento público. Palocci tinha uma atividade secreta", disse o tucano.

*Com informações da Agência Estado e da Agência Câmara

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