POR OSWALDO VIVIANI
Foram postados ontem (1º) no blog do jornalista Itevaldo Júnior os depoimentos à polícia de duas pessoas que estavam no bar da Litorânea em que o jornalista e blogueiro Décio Sá foi assassinado e de uma evangélica, que orava numa duna. A duna foi escalada, segundo informações policiais, pelo matador, após ele abandonar uma moto conduzida por outro homem, em sua fuga. A evangélica disse ao delegado Guilherme Sousa Filho (Delegacia de Homicídios) ter visto quando o suposto assassino se encontrou com dois homens no topo da duna – um deles usando uma bermuda estilo “tectel” (pano fino).
A testemunha disse acreditar que a dupla “já estaria no topo da duna, esperando pelo terceiro indivíduo [o suposto assassino]” e que não viu quando os três foram embora. Foi essa testemunha quem revelou à polícia o local onde um carregador de pistola ponto 40 (arma usada no crime) foi derrubado pelo suspeito, que também abandonou as sandálias que usava ao subir a duna.
Foto: G. Ferreira
Homenagem de parentes e amigos do jornalista, antes do sepultamento
As duas testemunhas que estavam no local do crime – bar Estrela do Mar, na Avenida Litorânea –, quando este foi cometido, declararam ao delegado Guilherme que não viram como o matador chegou ao bar, mas que ele entrou no estabelecimento, foi para junto do balcão, simulou, por alguns instantes, estar buscando na bermuda por uma carteira, sacou a pistola ponto 40 da cintura e caminhou rapidamente em direção a Décio Sá.
O jornalista, contaram as testemunhas oculares, estava sentado numa mesa da parte interna do bar, aguardando uma caranguejada que havia pedido (“O caranguejo está grande?”, teria perguntado no balcão). Antes, ficara alguns minutos na parte externa, de costas para a rua, falando ao celular.
Os depoentes contaram que, ao ver o homem portando a pistola em sua frente, Décio ainda falou para ele: “Ei, rapaz, o que é isso? Não faz isso”. Foi alvejado com seis tiros à queima-roupa.
Uma testemunha contou que, ao ouvir os disparos, um casal que jantava numa das mesas saiu correndo, derrubando a refeição. Um grupo de italianos, que também jantava, largou tudo e correu para a areia.
Duas testemunhas que presenciaram algum momento da fuga do assassino relataram à polícia que ela foi feita numa moto CG Titan, mas a cor informada diverge nos dois relatos: para um, era vermelha; a evangélica afirmou que era preta.
As características do condutor da moto, que usava capacete, não foram notadas pelas testemunhas. Ele não esperava o executor diante do bar Estrela do Mar, e sim na pista oposta da Avenida Litorânea.
Nos depoimentos, prestados ao delegado Guilherme Sousa Filho, as testemunhas convergem ao revelar as características do assassino de Décio Sá: moreno claro, porte físico “cheio” (mas não gordo), cerca de 1,70m de altura, cabelo liso preto (bem aparado), aparentando ter entre 27 e 30 anos e parecido com “um índio ou boliviano”.
Ele estava vestido, segundo disseram as três testemunhas, com uma camisa polo (cor escura, provavelmente cinza), bermudas jeans e sandálias. Não carregava nada nas mãos.
Uma das testemunhas que estavam no bar Estrela do Mar declarou à polícia, ainda, que na noite de 23 de abril Décio Sá chegou sozinho ao bar, mais ou menos às 22h20, estacionando seu VW Fox prata praticamente diante do estabelecimento. “Ele fazia caminhada naquela área quase toda noite”, disse outra testemunha.
fonte jornal pequeno
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