sexta-feira, 10 de junho de 2011

Sistema prisional pode viver nova chacina, afirma César Bombeiro


Um dia depois da descoberta de mais um túnel escavado por detentos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, o presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário do Estado do Maranhão (Sindispem-MA), César Bombeiro, afirmou ontem, em entrevista ao Jornal Pequeno, que a situação do sistema prisional do estado representa “um barril de pólvora”.

Segundo César Bombeiro, a possibilidade de uma nova rebelião, com características muito mais violentas do que a ocorrida em novembro do ano passado, não está descartada.

De acordo com o presidente do Sindispem-MA, o Serviço de Inteligência do Sistema Penitenciário descobriu que uma facção criminosa organizada age nos presídios do Maranhão, a exemplo das que são formadas em outros estados brasileiros. Os criminosos planejavam fazer neste mês de junho uma grande rebelião simultânea em todas as unidades do estado.

Na ocasião, conforme disse César Bombeiro, a facção pretendia matar todos os seus inimigos, o que acarretaria um massacre. Segundo César Bombeiro, em 26 de maio, durante a paralisação de menos de um dia dos agentes penitenciários, os detentos pretendiam dar início ao motim. Só não teriam prosseguido porque todo o complexo estava cercado por militares, uma vez que o secretário de Segurança, Aluísio Mendes, assim como o juiz da Vara de Execuções Criminais, Jamil Aguiar da Silva, já haviam sido comunicados acerca dos planos da organização criminosa no estado.

“Existe, inclusive, uma portaria do dr. Jamil Aguiar falando sobre esse fato. Foi a partir disso que ele decidiu proibir a entrada de presos no Sistema Penitenciário sem autorização da Vara de Execuções Criminais”, afirmou o presidente do Sindispem.

Para o líder sindical, foi temendo a possibilidade de uma chacina, em proporções até piores do ocorrido no final do ano passado, que o governo do estado resolveu chamar a categoria para negociação, atendendo as reivindicações que motivaram a paralisação dos agentes penitenciários, no último dia 26.

“Ali é um verdadeiro barril de pólvora, que a qualquer momento pode explodir. Existe uma superlotação de presos e poucos agentes para controlá-los. É por isso que estamos, a todo momento, pedindo que se façam novos concursos públicos para a contratação de mais agentes e que se construam mais unidades prisionais no estado”, declarou César Bombeiro.

Novo tumulto no Centro de Detenção Provisória

Em nota divulgada ontem (8), a Secretaria da Justiça e da Administração Penitenciária (Sejap) informou que, na terça-feira (7), durante o banho de sol, no Centro de Detenção Provisória (CDP), um tumulto envolvendo 15 internos foi contornado por agentes que cuidavam da segurança no local.

De acordo com o superintendente de Estabelecimentos Penais, Fredson Maciel, um tiro de efeito moral desferido pelo agente Francisco Carlos Ambrósio, ricocheteou em uma grade superior, atingindo, nas costas, o monitor Alisson José Melo Lopes.

O superintendente também informou que o monitor foi encaminhado por uma das ambulâncias da Sejap ao Hospital São Domingos. Ele disse que, após a intervenção cirúrgica, o estado de saúde do monitor Alisson é considerado estável.

Segundo a nota, o secretário adjunto de Estabelecimentos Penais, João Bispo Serejo, após ter tomado conhecimento do fato, determinou total rigor nas investigações. A Corregedoria já apura o caso e o agente que desferiu o tiro foi afastado de suas funções.

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