Agressão de operário pela polícia no MA vai parar no 'Bom Dia Brasil'
Foi destaque hoje no “Bom Dia Brasil” (Rede Globo) a agressão brutal sofrida na manhã da sexta-feira passada (15), na Ponta d’Areia, pelo operário José Raimundo Ribeiro Pires, de 44 anos, servidor da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema). A agressão foi praticada por dois policiais civis, estimulados pelo delegado Alberto Castelo Branco (adjunto da Delegacia de Costumes).
Filmagem registrou a truculência policial
Embora não tenha tocado no trabalhador, a atitude complacente e de estímulo do delegado diante da truculência fica clara na filmagem feita por um turista.
Em certo momento, num gesto que mostra de forma inquestionável que concorda com a ação, o delegado chuta o celular do trabalhador, que caiu quando ele era jogado violentamente na parte de trás da viatura policial.
O episódio aconteceu na Rua 28, na Ponta d’Areia, quando José Raimundo e outros funcionários da Caema trabalhavam no conserto de uma tubulação. A rua estava fechada, mas os policiais insistiram em romper o bloqueio, o que resultou na agressão.
Foto: Junior Foicinha
José Raimundo teve a camisa rasgada pelos policiais agressores
O secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes, e o delegado Geral da Polícia Civil, Nordman Ribeiro, condenaram a ação policial.
Um processo administrativo e um inquérito policial foram abertos para apurar o caso.
Na contramão da indignação provocada pela agressão na opinião pública, o delegado Marconi Chaves Lima, da Associação dos Delegados de Polícia (Adepol) – que lidera uma greve da categoria –, afirmou, em entrevista a um programa de TV, que não viu nada de irregular na ação truculenta e que os operários haviam agredido os policiais antes, ferindo o delegado Castelo Branco com uma mangueira ou um cano – coisa que não se observa na filmagem do ato.
Veja a seguir o texto da matéria exibida no “Bom Dia Brasil”.
Policiais agridem funcionários que trabalhavam em rua fechada
Em flagrante de abuso de autoridade, policiais agridem trabalhadores na presença de um delegado; imagens feitas por turista mostram truculência
No Maranhão, um flagrante de abuso de autoridade: policiais agrediram um operário que estava trabalhando. A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão está investigando a conduta de dois policiais civis e de um delegado, que aparecem nas imagens feitas por um turista. A rua de um bairro nobre de São Luís estava interditada. Funcionários da empresa de fornecimento de água do Maranhão trabalhavam. Somente os moradores podiam circular pelo local. Mas quando um carro da polícia civil tentou forçar a passagem, começou a confusão.
“Eu falei para ele: doutor, está sinalizado e estamos a serviço da empresa, não podemos tirar o carro agora. Então ele já veio colocando a mão no meu peito e me agredindo”, relatou um dos funcionários que trabalhavam no local [José Raimundo Ribeiro Pires].
Nas imagens, os policiais arrastam e batem no operário. Um deles saca uma arma. Toda a ação é acompanhada de perto pelo delegado Alberto Castelo Branco. O operário é colocado violentamente na viatura. Repare que o celular dele cai e é chutado pelo delegado.
“Estou revoltada e indignada com a truculência. Em vez de a polícia ir atrás de prender bandidos, vem prender um trabalhador. Abusa do poder”, diz a moradora Gisela Góis.
O delegado geral da polícia do Maranhão, Nordman Ribeiro, analisou as imagens e disse que os policiais agiram errado do começo ao fim. “Todas as condutas não são a conduta própria de um policial civil em uma situação dessas”, diz o delegado geral.
Além do processo administrativo, também foi aberto inquérito policial para apurar se houve crime. “É preciso que o policial que tenha uma atitude marginal seja tratado como tal, com os rigores da lei”, diz ouvidor de segurança pública José de Ribamar Araújo.
Vergonhosa foi também a atitude da Comissão dos Direitos Humanos, alegando que o problema daquele incidente era que abria precedentes pra injustiças futuras. Absurdamente, Nenhuma palavra foi dita em defesa do Cidadão. E o coitado, desamparado pela omissão de quem deveria defendê-lo, ainda teve que indenizar seu agressor. E não foi apenas um caso de abuso de autoridade, foi um caso de violência extrema, inclusive com intimidação por arma de fogo, e tudo isso contra um trabalhador. Se a vítima fosse um assassino, um estuprador ou sequestrador, talvez houvesse mais empenho dessa Comissão que mais uma vez mostrou seu valor para a sociedade: NENHUM. E o maranhão, essa terra que foi inicialmente contra a Independência do Brasil, só tendo aderido à força, mostra que mesmo hoje vive um Estado primitivo, por onde os ideais que regem o país não ecoam.
ResponderExcluirSeu Poder Público mostrou que realmente é poder, só não é público.