sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Na reta final do Enem, é hora de desacelerar e concentrar-se em poucos assuntos

Brasília - Aulão Solidário no Teatro Ulysses Guimarães revisa conteúdo para estudantes que fazem provas do Enem neste fim de semana (Wilson Dias/Agência Brasil)
Aulão Solidário no Teatro Ulysses Guimarães revisa conteúdo para estudantes que fazem provas do Enem neste fim de semanaWilson Dias/Agência Brasil
Depois de meses ou anos de estudo, é chegada a reta final da preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O momento agora, segundo especialistas consultados pela Agência Brasil, é de diminuir o ritmo dos estudos, concentrando-se nos assuntos que historicamente mais caem nas provas; de colocar o sono em dia; e de ter uma alimentação mais saudável.

Aulas de revisão podem ser muito positivas, desde que não aumentem ainda mais a pressão sobre o estudante. Em meio a tudo isso, a família pode ter um papel fundamental, dando suporte tanto no aspecto emocional como logístico, na hora de levar o estudante até a sala onde os testes serão aplicados.

“Muitos alunos ficam ansiosos porque estão vindo de uma longa caminhada, mas agora é um momento de calma, foco e concentração. É a hora de ser seletivo sobre o que será revisado, e de cuidar do estado emocional. Também é importante organizar as rotinas de sono e fazer uma alimentação mais saudável”, ensina o professor de Biologia e diretor do curso Olímpo, em Brasília, Mateus Grangeiro.

Segundo ele, nessa reta final o que mais importa não é o volume de informações e sim, a objetividade, no sentido de centrar os estudos nos assuntos que mais costumam cair nas provas. “Se o trabalho técnico de conteúdo já foi construído, o momento é de desacelerar o ritmo de estudo”, diz.

Revisão

Para o professor de Física Cícero Tavares, a reta final é o momento de dar “polimento à memória”, abordando apenas os conteúdos mais importantes. Nesse sentido, os chamados aulões de revisão podem ser uma boa pedida.

“Assistir a aulas como essas ajuda a tranquilizar o aluno, porque ele não fica em casa pensando que está parado enquanto o concorrente está estudando”, acrescentou ele, ao enfatizar não ser bom exagerar nas horas de estudo durante essa reta final.

“O aluno não pode se sabotar porque, na hora da prova, ele terá de estar com a cabeça boa para ler com calma as questões”, declarou o professor. Segundo ele, essa leitura pode ajudar muito os candidatos porque, em geral, há nesses textos informações muito importantes que podem melhorar o desempenho do candidato.

Dedicar-se apenas à leitura de textos relacionados ao conteúdo cobrado nos exames pode ser também uma boa estratégia nessa reta final, segundo o professor de Química Bruno Cirilo. “Decoreba é algo que não vai dar muito certo. Agora é hora de, no máximo, revisar. Ler coisas que tenham a ver com os temas que em geral são apresentados na prova é uma boa pedida. Por exemplo, na área de ciências da natureza pode ser interessante que se faça leitura de coisas que envolvam impactos ambientais, abordando metais pesados”, explica.

Todos os professores consultados pela Agência Brasil consideram arriscada a estratégia de tentar assimilar de última hora todo o conteúdo que não se conseguiu assimilar ao longo do ano.

Determinação

Com uma rotina de seis a oito horas de estudo diário, além do tempo em sala de aula, as estudantes Sara Araújo e Júlia Cardozo, ambas com 16 anos e pretendentes do curso de Medicina, dizem que só descansarão no próximo sábado (4), véspera do primeiro teste do Enem. Já Samara Oliveira, 16, tem reduzido o tempo dedicados ao estudo extraclasse de oito para cinco horas diárias. Ela pretende cursar Odontologia.

As três são amigas e têm por hábito estudar juntas, o que, segundo elas, é algo bastante positivo. “O contato com outros estudantes me estimula porque, quando as vejo estudando, sei que não posso ficar para trás. Com isso acabo estudando ainda mais”, diz Samara.

“Observá-las me permite ver que é normal sentir as dificuldades que sinto, porque elas passam pelo mesmo”, acrescenta a estudante. “Não é uma questão de querer superá-las. É uma questão de eu querer me superar, a partir da minha comparação com elas”, resume.

Isac Valdemir Andrade, 18 anos, está aproveitando os últimos dias antes do exame apenas para relembrar o que já foi estudado. Nesse sentido, diz o estudante, as aulas de revisão são de grande valia. “Fico mais confiante quando essas aulas abordam coisas que eu já domino. São também importantes quando abordam o que não domino tanto, uma vez que me permitem ampliar as noções que já tenho sobre o assunto”, diz o aspirante ao curso de Direito.

Família

O professor Grangeiro diz que há outros personagens, como a família, que também são muito importantes para ajudar os candidatos. “Os país podem ajudar muito, principalmente dando aquele suporte emocional que faz toda a diferença. A pressão pelas quais os estudantes passam já é muito grande. Portanto, é importante dar tranquilidade a eles”, explica Grangeiro.

“É interessante também que os pais ajudem no planejamento da ida ao local da prova. Nesse sentido, vale inclusive percorrer o trajeto antes e, no dia da prova, contar com o risco de dificuldades com o trânsito”, acrescenta o professor.

O apoio que recebe dos pais tranquiliza e dá confiança para a estudante Isabela Pradera, 19 anos, fazer o Enem e, quem sabe, passar para o curso de Medicina. “Nunca fico nervosa na hora da prova”, afirma. “Em primeiro lugar porque sei que estudei e aprendi muito nos últimos dois anos. Além disso, não me sinto pressionada porque tenho a ajuda, o apoio e a compreensão de minha família.”



Agência Brasil

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