quinta-feira, 14 de julho de 2016

PF amanhece na porta da Secretaria de Meio Ambiente à procura do secretário de Flávio Dino

A Polícia Federal amanheceu na porta da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA), por decisão do juiz federal Ricardo Macieira, da 8ª Vara da Justiça Federal.
Carro da Polícia Federal na Secretaria de Meio Ambiente

Neste momento (às 10:06), agentes federais estão na SEMA fazendo busca e apreensão. Não há confirmação se houve pedido de prisão decretado ao secretário.

A PF está deflagrando a Operação Hymenaea, em conjunto com o IBAMA e o Ministério Público, cujo objetivo é de combater grupo criminoso ligado à extração e à comercialização de grandes quantidades de madeira ilegal, provenientes da Terra Indígena Caru** e da Reserva Biológica do Gurupi.
Governador Flávio Dino e o secretário Marcelo Coelho

Mais de 300 policiais federais, apoiados por servidores do IBAMA e por policiais do BOPE de Brasília e do Rio de Janeiro, estão dando cumprimento a 77 medidas judiciais, sendo 11 mandados de prisão preventiva, 10 mandados de prisão temporária, 56 mandados de busca e apreensão, bem como à suspensão da certificação de 44 empresas madeireiras, nas cidades de São Luís, Imperatriz, Buriticupu, Açailância, Zé Doca, Alto Alegre do Pindaré, Bom Jardim, Governador Nunes Freire, todas no estado do Maranhão. No Rio Grande do Norte: Tibau, Mossoró, Parnamirin e Natal, e em Capuí no estado do Ceará.

A organização criminosa atuava extraindo ilegalmente madeira das reservas indígenas. Esse material era “esquentado” por meio de documentação fraudulenta para o transporte e retirada das áreas protegidas.

Um membro da quadrilha era o responsável por emitir documentos destinados a microempresas laranjas, cadastradas como construtoras em pequenas cidades no interior do Rio Grande do Norte. Essa manobra servia para desviar a madeira para receptadores em todo o Nordeste brasileiro.

Os desmatamentos causaram danos ambientais gigantescos no último reduto da floresta amazônica na região nordestina.

A organização criminosa fazia o corte seletivo de madeira nobre e espécies ameaçadas de extinção, de forma a acobertar o crime sob a copa das árvores de menor valor monetário.

Segundo estimativas, o grupo teria movimentado valores da ordem de R$ 60 milhões.

As autoridades sequestraram mais de R$ 12 milhões de diversas pessoas físicas e jurídicas. Esses valores são provenientes da lavagem do dinheiro auferido com a extração ilegal da madeira.

Os investigados responderão por crimes como participação em organização criminosa, lavagem de capitais, roubo de bens apreendidos, obstar a fiscalização ambiental, desmatamento na Terra Indígena Caru, desmatamento na Reserva Biológica do Gurupi, receptação qualificada, ter em depósito produto de origem vegetal sem licença válida, corrupção ativa, tráfico de influência, dentre outros.

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